Liberdade de expressão?!?!
Antes de tudo, uma definição: Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, idéias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.
Agora, como consta na constituição:
Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
Situação: um comentário (emissão de opinião) feito em sala-de-aula, em MEU próprio nome.
Resultado: demissão/rescisão sem justa causa (e sem contrato, na verdade. Como se rescinde um contrato que sequer foi assinado? Isso é assunto para outro post...)
Redigi uma carta aos alunos e seus pais, pedindo desculpas pelo ocorrido, uma vez que eram alunos em fase de formação (5ªs e 6ªs séries).
A carta sequer foi lida, pois foi retirada do site pela direção do colégio.
Pedi, então, desculpas em sala-de-aula.
O prêmio? Rescisão contratual (aquela, sem contrato)!
Parafraseando o 'Capital Inicial', "Que país é esse?"
A constituição diz uma coisa, mas o povo insiste em fazer algo diferente, indo no sentido contrário da lei magna, alegando absurdos como "o bom nome do nosso colégio foi ferido por seu comentário infeliz".
Baaaah!
Que força tenho eu? Foi tão-somente um comentário...
Feito de forma livre e transparente como SEMPRE fui (e serei).
Mas, pelo visto, o que "dá certo" é ter n caras, uma para cada situação, escondendo a REAL identidade (e o caráter, se ainda houver resquício de algum).
Ou seja, não é adaptabilidade. É um quasi-mimetismo, que mascara as REAIS intenções e os REAIS pensamentos, sob pena de uma punição.
Então, devemos viver com medo de externar nossas opiniões, credos e crenças (de forma ampla)?
Mas isto não fere o princípio acima exposto, o da 'liberdade de expressão'??!?!
Pelo jeito, sim! Mas, não falando (e, se possível, não pensando) pode-se garantir um "emprego"? (particularmente, odeio essa expressão. Tem uma conotação de "cabide"...)
Os que me conhecem sabem que sou professor. Há mais de 25 anos.
Minha meta é fazer com que MUITA gente aprenda (se possível, sobre tudo). E, de preferência, com alegria.
Daí os "bichos" que uso em sala-de-aula...
Para alguns (os medíocres), "um absurdo".
Para outros, com nível intelectual mais avançado, uma "ferramenta pedagógica".
E os alunos levavam os seus bichos... Um pouco do SEU "eu", que convivia com o "eu" DOS OUTROS. Em perfeita harmonia.
Não é fácil ensinar matemática (ou, como chamo, matemáGica, dada a quantidade enorme de trabalho poupado graças a "atalhos"). Ainda mais para 5ªs e 6ªs séries.
Mas nada disso parece importante, uma vez que o comentário que supostamente denegriu a (boa) imagem do colégio foi suficiente para decretar o fim de uma era, recém-inaugurada.
Ou o colégio já não tem uma imagem assim tão boa (por ter ficado com a superfície 'raspada' por uma simples frase) ou fui eleito o "boi-de-piranha" do dia...
O que me mantém vivo é saber que algumas crianças choraram ao saber de minha "saída".
Não pelo choro, mas pelo carinho (que, nestas séries, é o MELHOR pagamento).
Ainda vou guardar por anos aqueles sorrisos... E os bilhetes. E os olhos brilhando. E as bagunças...
E vou, certamente, sentir falta de TUDO aquilo.
Do quadro-negro cheio, das perguntas intermináveis, dos olhos brilhando, da bagunça...
Mas, fica a questão: será que posso falar sobre isso ou terei, uma vez mais, meu direito silenciado pelos grilhões da ignorância e da inflexibilidade?
Ou já falei demais de novo?
Contudo, fico triste por não poder cumprir as promessas feitas a: (a) um pai: a de tentar fazer com que a filha dele, um expoente de inteligência e de visão crítica (apesar da pouca idade), seja vista com outros olhos... e (b) a uma mãe: de acompanhar a filha dela na (cruel e dura) matemática.
Àqueles, peço, novamente, desculpas.
Eu tentei...
Agora, como consta na constituição:
Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
- § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Situação: um comentário (emissão de opinião) feito em sala-de-aula, em MEU próprio nome.
Resultado: demissão/rescisão sem justa causa (e sem contrato, na verdade. Como se rescinde um contrato que sequer foi assinado? Isso é assunto para outro post...)
Redigi uma carta aos alunos e seus pais, pedindo desculpas pelo ocorrido, uma vez que eram alunos em fase de formação (5ªs e 6ªs séries).
A carta sequer foi lida, pois foi retirada do site pela direção do colégio.
Pedi, então, desculpas em sala-de-aula.
O prêmio? Rescisão contratual (aquela, sem contrato)!
Parafraseando o 'Capital Inicial', "Que país é esse?"
A constituição diz uma coisa, mas o povo insiste em fazer algo diferente, indo no sentido contrário da lei magna, alegando absurdos como "o bom nome do nosso colégio foi ferido por seu comentário infeliz".
Baaaah!
Que força tenho eu? Foi tão-somente um comentário...
Feito de forma livre e transparente como SEMPRE fui (e serei).
Mas, pelo visto, o que "dá certo" é ter n caras, uma para cada situação, escondendo a REAL identidade (e o caráter, se ainda houver resquício de algum).
Ou seja, não é adaptabilidade. É um quasi-mimetismo, que mascara as REAIS intenções e os REAIS pensamentos, sob pena de uma punição.
Então, devemos viver com medo de externar nossas opiniões, credos e crenças (de forma ampla)?
Mas isto não fere o princípio acima exposto, o da 'liberdade de expressão'??!?!
Pelo jeito, sim! Mas, não falando (e, se possível, não pensando) pode-se garantir um "emprego"? (particularmente, odeio essa expressão. Tem uma conotação de "cabide"...)
Os que me conhecem sabem que sou professor. Há mais de 25 anos.
Minha meta é fazer com que MUITA gente aprenda (se possível, sobre tudo). E, de preferência, com alegria.
Daí os "bichos" que uso em sala-de-aula...
Para alguns (os medíocres), "um absurdo".
Para outros, com nível intelectual mais avançado, uma "ferramenta pedagógica".
E os alunos levavam os seus bichos... Um pouco do SEU "eu", que convivia com o "eu" DOS OUTROS. Em perfeita harmonia.
Não é fácil ensinar matemática (ou, como chamo, matemáGica, dada a quantidade enorme de trabalho poupado graças a "atalhos"). Ainda mais para 5ªs e 6ªs séries.
Mas nada disso parece importante, uma vez que o comentário que supostamente denegriu a (boa) imagem do colégio foi suficiente para decretar o fim de uma era, recém-inaugurada.
Ou o colégio já não tem uma imagem assim tão boa (por ter ficado com a superfície 'raspada' por uma simples frase) ou fui eleito o "boi-de-piranha" do dia...
O que me mantém vivo é saber que algumas crianças choraram ao saber de minha "saída".
Não pelo choro, mas pelo carinho (que, nestas séries, é o MELHOR pagamento).
Ainda vou guardar por anos aqueles sorrisos... E os bilhetes. E os olhos brilhando. E as bagunças...
E vou, certamente, sentir falta de TUDO aquilo.
Do quadro-negro cheio, das perguntas intermináveis, dos olhos brilhando, da bagunça...
Mas, fica a questão: será que posso falar sobre isso ou terei, uma vez mais, meu direito silenciado pelos grilhões da ignorância e da inflexibilidade?
Ou já falei demais de novo?
Contudo, fico triste por não poder cumprir as promessas feitas a: (a) um pai: a de tentar fazer com que a filha dele, um expoente de inteligência e de visão crítica (apesar da pouca idade), seja vista com outros olhos... e (b) a uma mãe: de acompanhar a filha dela na (cruel e dura) matemática.
Àqueles, peço, novamente, desculpas.
Eu tentei...
ATUALIZADO em 08.junho.09
Estive no colégio, conversando com a direção, para fazer o "acerto" das verbas rescisórias.
Encontrei alguns ex-alunos e confesso ter ficado "abalado" emocionalmente.
Afinal, o carinho deles é IMPAGÁVEL!
Mas o que importa é que fui MUITO bem tratado, demos risada
e as portas ficaram abertas...
Ou seja, o momento RUIM (e triste, pra mim) já passou!
É o que vale, nesta vida.
O 'resto', como se diz, sai "no xixi"...
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